Asfixia





Tenho adiado o momento do fim. São raras as vezes em que tal acontece, só quando vale mesmo a pena. Leio e releio partes desconexas da história, depois penso e depois choro, mas sei que de nada valem as lágrimas, aliás isso vem mesmo impresso nas páginas

O que dizer? Chorar lágrimas pesadas não serve de nada. Mas eu choro-as.

Já perdi a noção das vezes que reli um recado simples mas que ecoa na minha mente como só as coisas complexas conseguem

Não fugi.
Fui só às compras.
Não sei porque não fujo, talvez porque não posso.
Não sei porque volto. Talvez porque precise.
Espera por mim que eu volto, enquanto puder.
Mas quando eu fugir, vai atrás de mim
e faz-me sentir amada.

e ainda existem duas mãos que fazem amor

e ainda existe a esperança dos amores intermináveis cujo núcleo se encontra no desejo, na vontade, no desejo e na vontade unidos como um só, pois

Desejei-te ontem, de mais, e hoje também. Todos os dias são o mesmo dia quando te desejo assim.



Todas as referências a partir de Asfixia, por Pedro Paixão.
Fotografia Sem Título, por Pedro Paixão.
Música Paper Gangsta, por Lady Gaga



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